sexta-feira, 30 de maio de 2014

Anos 60 e 70: A era de ouro das coletâneas no Brasil

Oi, pessoal! Enfim, eis a postagem que estava preparando para vocês desde o começo do mês.


Nos sebos, ou nas estantes de quem os coleciona, há sempre seleções com uma boa playlist - e com boas histórias a serem contadas.
Embora os lançamentos de compilações já existissem antes dos anos 60 e 70 (e, claro, depois), foram nessas duas décadas que elas atingiram o auge de vendagens e de divulgação – geralmente, bandas e cantores desconhecidos interpretavam as canções que estavam nas paradas - e gravadoras totalmente voltadas para coletâneas, como a canadense K-Tel, tiveram sucesso absoluto. 



As 14 Mais (CBS, atual Sony) – É a mais longeva das coletâneas de sucessos do período: durou de 1960 a 1979, e também uma entre as que lançaram mais volumes na história do mercado fonográfico nacional: 29. A partir de 1964, ficou amparado especialmente na onda da Jovem Guarda, e mesmo após ter passado o movimento, funcionou como uma vitrine para os lançamentos dos principais artistas da gravadora de então: Roberto Carlos, Jerry Adriani, Wanderléa, Renato e Seus Blue Caps, Leno e Lilian, entre outros.
Curiosidade: Algumas da canções gravadas por Roberto, como Você Me Pediu, Sonho Lindo e O Show Já Terminou, lançadas antes exclusivamente pela série, fizeram parte da setlist do álbum San Remo 1968, de 1975.


 Rose di Primo em capa de Os Motokas, 1975.


As 30 Mais - Os Motokas (Continental/Warner) – Junto com As 14 Mais, foi a série mais popular dos anos 70 no Brasil. As regravações - em forma de pot-pourri – de hits brasileiros, americanos, britânicos, franceses, italianos, eram requintadas, o que faziam aproximá-los das gravações originais. O público-alvo da seleção, jovens do sexo masculino, fazia alvoroço diante das “moças da capa”: Rose di Primo (lembrando uma foto de capa antológica da revista Manchete que a consagrou para a fama internacional), Myrian Rios (antes de relacionar-se com Roberto Carlos, já citado) e Nidia de Paula foram as modelos que se destacaram nesta série. Durou de 1974 a 1982, com 13 volumes.
Curiosidade: A banda cover responsável pelos Motokas se chamava Os Famks, ou seja, o que seria mais tarde conhecido nacionalmente - e com repertório próprio - como Roupa Nova.





Década Explosiva (EMI) – Um título curioso para uma série que também foi popular nos anos 70, que essencialmente era de covers de hits internacionais. Os discos seguiam linhagens temáticas (Nacional, Romântica, Hot Machine, entre outros), porém o mais vendido foi a edição Romântica, de  1975 – que ganhou relançamento em CD nos anos 90.
Curiosidade: A banda "cover" da Década Explosiva, segundo especialistas, era nada mais, nada menos, composta pelos integrantes dos The Fevers. 





Impacto Mundial do Sucesso (AMC/Copacabana/EMI) – O nome, bem extravagante, também seguia a mesma fórmula d’Os Motokas, porém com versões em cima de sucessos estrangeiros. O primeiro volume, de 1972, é o mais famoso, com um carro de Fórmula 1 na capa – talvez fosse uma discreta homenagem a Emerson Fittipaldi, o campeão da categoria daquele ano e que transformou o automobilismo em paixão nacional. As outras capas também evocavam aventura: motos, foguetes espaciais, aviões, etc. Durou até 1976, com seis volumes lançados.




K-Tel, uma gravadora só de compilações – Fundada por Philip Kives no final dos anos 60 em Winnipeg, Canadá, inovou na venda de discos e outros produtos por meio do telefone, quando a expressão telemarketing sequer existia. Tornou-se bastante popular também nos Estados Unidos, a partir do início dos anos 70, com seletas baseadas no rock e no country, e aportou no Brasil em 1974, com séries de boa vendagem com gravações originais, como In Concert. O auge da marca no país coincidiu com a febre da disco music, quando lançou discos como Disco Fire, Os 16 Melhores Temas Românticos de Novelas, Acontece e Dynamite. Salvo engano, o catálogo brasileiro de lançamentos da K-Tel, mesmo com o grande sucesso de vendas, foi breve: durou até o começo da década de 80, mas a gravadora perdura nos Estados Unidos, Canadá e outros países com forte aceitação. A frase que se tornou praticamente um slogan da marca é “Como anunciado no rádio e na TV” ou "As-Seen On TV", a exemplo de produtos de televendas da atualidade.

E, para finalizar esta viagem no tempo, uma pergunta: Quais coletâneas vêm à sua mente neste momento?

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Jair, agora seu nome é saudade!



Minha postagem de hoje mudou de rumo. Confesso que não consigo acreditar que um artista tão querido pelo público se foi de repente. Foram 75 anos muito bem vividos, participando de importantes episódios da história da nossa música - que, no espaço de menos de um ano, perdeu outros nomes de peso: Dominguinhos, Reginaldo Rossi e, agora, Jair Rodrigues! Presto aqui uma singela homenagem ao inigualável "Homem-Sorriso" da MPB.

Deixe Isso Pra Lá - "O primeiro rap da história", como definia o próprio Jair, era o espelho da sua personalidade divertida.

 

Disparada e A Majestade O Sabiá - Outros dois grandes sucessos da carreira de Jair Rodrigues revelaram, respectivamente, Geraldo Vandré e Roberta Miranda. O vídeo abaixo é de sua participação no programa Viola, Minha Viola, da TV Cultura, apresentado por Inezita Barroso.

                                          

Jair e Elis, Pot-Pourri de "Dois Na Bossa" - O show que consagrou a dupla Jair Rodrigues e Elis Regina teve como fruto o programa O Fino da Bossa, em 1966, exibido pela Record.


 
                                       
A partir de agora, com esta dupla novamente reunida, o céu deve estar mais alegre do que nunca! A tristeza da perda é inevitável, mas convenhamos que este sentimento, definitivamente, jamais combinou com ele. Viva bem sua nova vida como viveu aqui, Jair: com sua voz potente e muito alto-astral!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Para rir: As capas de disco mais bizarras

Quem curte boa música sabe que, ao adquirir vinis ou CDs, a capa se torna um dos atrativos para que uma obra esteja satisfatória. Alguns blogs, como o de Jota de Jeane (da catarinense Jeane Martins) já levantaram uma lista das capas de disco mais "extravagantes", para não dizer feias ou deprimentes!

E vamos lá com a minha lista...

Millie Jackson, Back To The S... - A capa do álbum, para mim, está entre os top five das mais toscas de todos os tempos. Não é necessário nem tradução para entender o que o título quer dizer...

John Bult, Julie's Sixteenth Birthday - A festa de 16 anos das meninas americanas, equivalente a de 15 no Brasil, é um sonho para muitas delas. Muitas, menos para a Julie da capa que, além do rosto desolado, parece estar bem acima dessa idade...

Joyce -  É apenas uma homônima da nossa Joyce, um dos grandes nomes da MPB. E só isso...

T
The Cooper Family, I'm God's Child - Será que a mãe dessa família é irmã da Joyce ou foi falta de criatividade mesmo?

Freddie Gage, All My Friends Is Dead - "Todos os meus amigos estão mortos". Tadinho do Freddie! Ninguém queria estar na sua pele... Mas você se esqueceu de que a vida segue!

Heino, Liebe Mutter - Se apenas as rosas fizessem parte da capa, o alemão não estaria nesta lista...
Gilberto Gil, Extra - A faixa-título é primorosa, coisa que não acontece com a capa. Se a proposta original era criar algo de outro mundo, conforme a letra de Extra, não sei. Mas que é subliminar, isso é!


 Vanessa Karina, Só falo d'amor contigo - Elke Maravilha, sua clone que estava perdida, enfim apareceu!

 Anna Russell, In Darkest Africa - O tema racismo tomou proporções estrondosas nas redes sociais após o caso Daniel Alves. E esta capa é, na minha humilde opinião, cruel e ofensiva. Então a mulher quer dizer que "somos todos canibais"?

 
Lady Gaga, Born This Way - Quando vi essa capa nas Lojas Americanas, tomei um susto imenso! Mas quem pode esperar algo previsível da Gaga?

Sneki, Ti Saluto Italia - Poderia ser mais conveniente a modelo Sneki ter sensualizado menos no campo e se deixar fotografar com um uniforme estilizado da Azzurra. Se deu sorte para a Itália, aí já é outra história!

 The Frivolous Five, Sour Cream & Other Delights - Se você ainda duvida que panela velha é que faz comida... neste caso, chantilly do bom, dê uma olhada nesta capa!


Die Mimmi's, Alles - Amigos que são unidos permanecem unidos até na hora do número 2, ou será que alguém aqui discorda?


Bear & Moose - Essas flores de jardim de infância e o pulinho do guitarrista destoam totalmente do cenário invernal.


E, para finalizar essa lista matadora (mesmo!), novamente a Millie com a banana de Itu em Time Will Tell.